entrevista

Entrevista | A arte reflexiva de Pris Lo

por Pedro Prado
No dia 15/09, a artista gravou um Live Art exclusivo para o Pixel Show, explorando seu processo de criação. O conteúdo está disponível no Clube Pixel Show.

Priscila Lopes Aires Pinheiro, conhecida como "Pris Lo", é uma amante da arte com bagagem em áreas como moda, decoração, artesanato e, no atual momento, se dedica a collage surrealista. No dia 15/09, a artista gravou um 'Live Art' exclusivo para o Pixel Show, agora confira sua entrevista completa:

Zupi  : Pris, primeiramente, quem é Pris Lo?

Pris Lo
: É difícil me definir pois sou/estou muitas coisas, e sempre estou em desenvolvimento e expansão. Costumo dizer que, na minha divertidamente, existem alguns arquétipos; uma velhinha fofoqueira que julga, uma adulta budista sensata, uma adolescente piranha, uma criança birrenta e uma artista revoltada louca das plantas. Rola várias assembleias de vez em quando, e eu sempre escuto a adulta budista, porque ela sempre tem razão e sabe encontrar o caminho do meio dentre essas tendências internas. (Risos)

Mas resumindo, me considero uma ARTivista visual surrealista tropical tupiniquim autodidata, pois desde que me entendo por gente eu trabalho com criação. Amo o Brasil, os biomas, as culturas regionais, a música, a arte, o clima, o povo. Sou comunicadora criativa, artista, analista, gestora, oficineira, jardinista, creator, consultora. Me considero em suma uma criadora de: conteúdos, experiências, devaneios, e até para cuidar de plantas é necessário criatividade.

Criatividade é solucionar problemas também, foco bastante nisso.
Zupi  : E, me conta, de onde surgiu sua relação com a arte?

Pris Lo
: Minha mãe sempre foi muito criativa e, como venho de família pobre, aprendi desde criança a reutilizar coisas, reformar móveis, roupas, criar decoração com objetos. Tive uma infância muito criativa em uma cidade pequena, cresci fazendo cursos de pintura, desenho, bordado, corte e costura. Minhas matérias preferidas na escola sempre foram Educação Artística e Português. Brincava na rua de teatro, de dança, criava desenhos e pintava vasos de cerâmica com a minha melhor amiga de infância, também muito criativa, e achávamos o máximo vender nossas obras de casa em casa.

Acho que nasci pra ser comunicadora e artista. Sempre fui tagarela e sempre criei coisas. A collage sempre esteve presente na minha vida de várias maneiras; com as roupas, com móveis, como técnica criativa. Cursei Design de Interiores em 2008 e, em 2011, eu trabalhei em um estúdio de fotografia que oferecia cursos de edição de imagens no Photoshop.

Fiz vários cursos nesse estúdio e foi aí que comecei a desenvolver as collages. Na época nem era tendência criativa. Fui precursora em Ribeirão Preto com essa técnica. Tive vários projetos relacionados a moda, artesanato, decoração. Mas me encontrei mesmo na collage surrealista. E fazem 8 anos que eu nunca mais parei de criar, estudar e experimentar com a collage.
Zupi  : Pensando em sua arte, como você descreveria sua arte e seu processo criativo?

Pris Lo
: Eu sou da arte reflexiva. Minhas referências de estudo estão totalmente focadas no movimento Dadá e no Surrealismo. Tanto pela estética quanto pelo conceito. Collage é muito experimental. E quanto mais a gente experimenta, mais aprende. Quando colocamos nossa mente pra funcionar, ela atua a nosso favor.

Fazem 8 anos que pratico o budismo e a meditação constante. Tudo mudou, de dentro pra fora. Me conhecer a fundo me possibilita me expandir, definir meu estilo, usar a arte para algo de útil, pra deixar algum tipo de reflexão ou legado, e saber exatamente o que preciso fazer para que minha missão seja também de fato meu trabalho. Eu levo muito a sério o meu trabalho e o poder da arte não só no impacto que tem na vida de um indivíduo, mas também na sociedade. Arte pra mim é expressão e missão. Estou sempre estudando e experimentando.
Zupi  : Olhando um pouco para trás, qual obra trouxe mais impacto para sua carreira?

Pris Lo
: Todas têm muito significado, mas tiveram 3 obras que marcaram bastante por conta do contexto das minhas obras. Eu gosto e acho necessário abordar as questões de gênero, sexualidade e direitos humanos em geral. E essas 3 obras tem um peso de significado muito grande porque além de abordarem sobre empoderamento feminino, o papel que temos de resgatar mulheres invisibilizadas da história e contar histórias reais. As obras são:

1 - Arte conceito do espetáculo Leopoldina Independência e Morte, que é uma peça do Marcos Damigo baseada na biografia e nas cartas da imperatriz e conta “a história não contada” da D. Leopoldina e que foi ela a verdadeira responsável pela independência do Brasil de Portugal. Inclusive durante todo o mês de setembro está disponível para assistir online pela plataformateatro.com;
2 – Arte conceito do Espetáculo online Cartas da Prisão, dirigido por Bruno Kott, criado e protagonizado pela atriz Chica Portugal, fruto de uma pesquisa sobre as cartas de amor que o Maníaco do Parque recebia quando estava preso. Abordando como a construção social da mulher que, nasce pra ser cuidadora, pode fazer mulheres se apaixonarem por um psicopata que assassina mulheres ou entrarem cegamente em relacionamentos abusivos.
3 – A tela autorretrato do projeto Sublime Caos, que é recente. Criei esta obra misturando pintura e collage (me encontrei muito usando técnicas híbridas) para rifar e me ajudar financeiramente, pois fiz uma cirurgia na coluna em dezembro, fiquei meses sem poder trabalhar e sendo autônoma me gerou prejuízos financeiros.

A obra foi planejada enquanto eu estava no meio do pós-operatório e, assim que pude, criei a tela com ajuda de amigos que me doaram uma tela e me emprestaram os materiais. Foi inspirada na obra da minha artista favorita, A Coluna Partida, da Frida Kahlo. O projeto consiste em compartilhar todo o processo criativo da obra, e fiz isso pelo instagram @prislocollage.
Zupi  : E, para finalizar, existe algum projeto que as pessoas podem aguardar?

Pris Lo
Sim! Agora que estou saindo do pós-operatório, e tendo mais condições físicas de trabalhar. Além da rifa do Sublime Caos que está rolando e vai até dia 10/10, estou com 3 projetos pro futuro:

- Prislosofando – um podcast que fala sobre o que eu abordo na minha oficina criativa de colagem com meditação: filosofia, criatividade, sociedade, direitos humanos, arte e autoconhecimento.

- Uma série de artes que ilustram as propostas de paz do humanista e líder budista Daisaku Ikeda, que visa a valorização dos direitos humanos, a erradicação das armas nucleares, questões ambientais e sociais.

- Arte postal colaborativa, mas esse não posso falar mais, porque é segredo ainda. (Risos)


Curtiu o trabalho de Pris Lo? Então, você não pode perder o 'Live Art' exclusivo que ela gravou conosco!

 O conteúdo está disponível no 
Clube Pixel Show.

Clique aqui para assistir!
Write your awesome label here.

Conheça o processo criativo de Pris Lo, no
'Live Art' exclusivo do  Pixel Show!