Para Negana, a arte é mais do que uma forma de expressão pessoal; é um meio de dar voz aos marginalizados. Em suas obras, ela aborda temas como racismo, desigualdade social e a invisibilidade da população negra. Através de suas representações artísticas, Negana desafia estereótipos e traz à tona narrativas que frequentemente são silenciadas ou ignoradas.
Uma das maneiras pelas quais ela faz isso é através da representação da figura da mulher negra. Em uma sociedade onde a mulher negra é muitas vezes invisibilizada ou retratada de maneira estereotipada, as obras de Negana oferecem uma visão alternativa: poderosa, resiliente e cheia de vida. Cada peça é uma declaração de resistência e orgulho, celebrando a beleza e a força da mulher negra.
Negana incorpora elementos da cultura afro-brasileira e de suas próprias raízes nordestinas em suas obras, utilizando símbolos, padrões e cores que remetem à ancestralidade africana. Essa conexão com o passado não é apenas uma forma de homenagem, mas também uma maneira de educar e conscientizar o público sobre a rica herança cultural da diáspora africana.
Elementos afro-religiosos, por exemplo, aparecem frequentemente em suas criações, trazendo à tona a espiritualidade e a resistência cultural da população negra. Essas representações são uma forma de reafirmar a identidade e a história afro-brasileira, desafiando a narrativa dominante que muitas vezes marginaliza ou distorce essas culturas.
Um dos aspectos mais fascinantes da obra de Negana é sua presença nas ruas de São Paulo. Ao levar sua arte para o espaço público, ela democratiza o acesso à arte e garante que suas mensagens alcancem um público mais amplo e diversificado. Os murais de Negana não apenas embelezam a cidade, mas também servem como pontos de reflexão e conscientização.
Ver suas obras nas ruas é uma experiência poderosa, tanto para aqueles que se deparam com elas diariamente quanto para os visitantes. A arte de Negana transforma o ambiente urbano, criando espaços de resistência e diálogo. Em um cenário onde as galerias de arte tradicionais muitas vezes não são acessíveis a todos, a escolha de Negana de ocupar o espaço público é um ato de inclusão e democratização da cultura.
Através de sua arte, Negana busca despertar empatia e promover diálogos necessários sobre o racismo e a marginalização. Ela acredita que a arte tem o poder de sensibilizar as pessoas, de fazer com que elas se coloquem no lugar do outro e entendam as lutas e desafios enfrentados pela comunidade negra. Suas obras são convites à introspecção e ao debate, funcionando como catalisadores de mudança social.
Em tempos de crescente polarização e intolerância, o trabalho de Negana é mais relevante do que nunca. Sua arte não apenas denuncia as injustiças, mas também oferece visões de um futuro mais inclusivo e igualitário. Ao abordar questões complexas e dolorosas através de sua estética única, Negana convida o público a refletir e agir.
Negana exemplifica como a arte pode ser uma ferramenta poderosa de conscientização e transformação social. Suas obras, profundamente enraizadas na cultura e na história afro-brasileira, desafiam estereótipos e promovem a representatividade. Ao ocupar tanto galerias quanto o espaço público, Negana garante que suas mensagens de resistência e empoderamento alcancem um público amplo, despertando empatia e inspirando ações concretas contra o racismo.
Sua arte nos lembra que cada mural, cada pintura e cada bordado carrega não apenas beleza, mas também uma poderosa narrativa de luta e esperança. Negana, através de sua criatividade e coragem, nos mostra que a arte pode – e deve – ser uma força ativa na construção de um mundo mais justo e igualitário.
