Desde o início de sua carreira nos anos 90, Thina Curtis tem trabalhado incansavelmente com fanzines, uma forma de publicação independente que dá voz a artistas e escritores fora do mainstream. Sua paixão pelos fanzines a levou a criar o projeto Fanzinada em 2011, um dos eventos mais importantes do país nesse gênero, que promove encontros de escritores, quadrinistas, ilustradores e produtores culturais. Mas o impacto de Thina vai além da mera promoção de eventos culturais.
Thina percebeu cedo o poder transformador da arte, especialmente em contextos marginalizados. Como arte-educadora, ela tem se dedicado a levar oficinas de fanzines e outras formas de expressão artística a comunidades desfavorecidas e instituições carcerárias. Seu objetivo é claro: usar a arte como uma ferramenta de empoderamento e transformação social.
Um dos projetos mais notáveis de Thina Curtis é o "Zines no Cárcere", um livro publicado em 2020 em parceria com Márcio Sno, João Francisco Aguiar e Jô Feitosa. A obra relata as experiências dos autores ao coordenar oficinas de fanzines em presídios, oferecendo uma janela para a vida e criatividade das pessoas privadas de liberdade. Essas oficinas não só fornecem uma saída criativa para os detentos, mas também promovem habilidades de comunicação, autoconhecimento e autoestima.
A proposta do projeto é mostrar como a arte pode florescer mesmo em ambientes adversos e como a criatividade pode servir como um meio de reabilitação e reintegração social. O impacto positivo dessas oficinas é palpável, demonstrando que a arte educação pode efetivamente mudar vidas e oferecer novas perspectivas para aqueles que estão em situações difíceis.
Além de seu trabalho em presídios, Thina Curtis também tem se engajado em várias outras iniciativas de arte educação em comunidades carentes. Suas oficinas de fanzines são projetadas para ser acessíveis e inclusivas, proporcionando um espaço seguro para que indivíduos de todas as idades e origens possam expressar suas vozes e histórias. Essas oficinas não apenas ensinam habilidades técnicas, mas também incentivam a colaboração, a criatividade e o senso de comunidade.
Thina acredita firmemente que a arte pode ser um catalisador para a mudança social, ajudando a construir pontes entre diferentes grupos sociais e promover a compreensão e o respeito mútuo. Sua abordagem holística à arte educação reflete seu compromisso com a justiça social e a igualdade.
O trabalho de Thina Curtis como arte-educadora é uma parte crucial de seu legado na cultura independente brasileira. Ela tem inspirado uma nova geração de artistas e educadores a ver a arte não apenas como uma forma de expressão individual, mas como uma ferramenta poderosa para a transformação social. Sua dedicação e paixão pela arte e pela educação continuam a reverberar, criando um impacto duradouro nas comunidades e indivíduos que ela toca.
Em um mundo onde a arte é frequentemente vista como um luxo ou um passatempo, Thina Curtis nos lembra de seu verdadeiro potencial como uma força para o bem social. Seu trabalho demonstra que, com criatividade, empatia e determinação, a arte pode transformar vidas e construir um futuro mais justo e equitativo para todos.
Thina Curtis é mais do que uma artista; ela é uma agente de mudança. Seu trabalho na arte educação e na promoção dos fanzines é um testemunho do poder da arte para transformar vidas e comunidades. Em um país com profundas desigualdades sociais, a contribuição de Thina serve como um farol de esperança, mostrando que a criatividade e a expressão artística podem abrir novas possibilidades e caminhos para todos.
Confira o segundo episódio do
Pixel Show Cast com
Thina Curtis.
Neste episódio Thina compartilha e discute a importância dos fanzines como meio de comunicação e resistência cultural, além de revelar os desafios e as recompensas de trabalhar nesse nicho artístico.!
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