Exposição
The Wireless Anatomy of Man, 2021
Sabe-se que a interconexão dos dispositivos elétricos quase sempre requer a manutenção da polaridade correta; no entanto, qual é a saída se um dos pólos está sobrecarregado por seu oposto?
A série The Wireless Anatomy of Man é um misterioso arquivo de fotografias científicas retratando a cidade de Haia, nos Países Baixos, em direção a um futuro possível, onde tal polarização desequilibrada varreu tudo em seu caminho, devido uma implantação apressada e precária da tecnologia 5G no país. Questionando se a fotografia é uma ameaça invisível, a série coloca em perspectiva a representação de incertezas múltiplas e opostas em toda a sociedade contemporânea. Ela opera dentro de uma realidade onde o presente e o futuro coexistem para questionar como a hiperconectividade é uma ferramenta ambígua para melhorar e destruir simultaneamente a humanidade. Aqui, a ficção-científica não é para prever nem para impedir o futuro. É um método para
explorar as emoções em torno dessa zona cinzenta de incerteza - uma fronteira tênue entre a paranóia e a consciência.
Rafael Roncato
Fotógrafo, pesquisador e editor | BRA
SOBRE
Rafael Roncato (Indaiatuba, SP, 1989) é um contador de histórias visual, fotógrafo, pesquisador e editor que vive e trabalha em Haia (NL), onde atualmente cursa MA Photography and Society na Royal Academy of Arts, The Hague (KABK). É graduado em Jornalismo Multimídia pela FACAMP, em Fotografia pela Escola Panamericana de Arte e pós-graduado em Cinema, Vídeo e Fotografia pela Universidade Anhembi Morumbi e também em Fotografia pela FAAP. Em 2017, participou do 1º Programa de Treinamento em Jornalismo de Imagem da Folha de S.Paulo, onde atuou como fotógrafo por alguns anos. Atualmente pesquisa e trabalha no campo da fotografia, produção editorial e vídeo. Foi diretor de fotografia do programa Fluxo de Consciência, apresentado pelo escritor Ronaldo Bressane, como também produziu exposições e catálogos como no editorial/curadoria do MAM
São Paulo. Seu projeto Adágio, um nu da cartunista Laerte Coutinho, já participou de mostras individuais e coletivas, além de integrar o primeiro documentário brasileiro original Netflix, Laerte-se, com direção de Lygia Barbosa da Silva e Eliane Brum, e também o acervo do Schwules Museum, em Berlim. Em 2016, publicou seu primeiro fotolivro sobre o vazio, Sunyata,
resultado de sua pós-graduação pela FAAP, e ganhador do prêmio de livro de artista do 5º Salão de Outono da América Latina.