
Uma cabeça cheia de medos não tem espaço para os sonhos”, disse a fotógrafa israelense Ella Uzan durante sua palestra no Pixel Show 2015. Essa fala – uma das muitas lições importantes que pudemos tirar dessa apresentação inspiradora que arrancou até lágrimas de algumas pessoas – talvez seja a síntese do que tenha sido o evento, que aconteceu nos dias 17 e 18 de outubro de 2015 em São Paulo.
Há alguns anos, o Pixel Show vem sendo considerado o maior evento de arte e criatividade da América Latina e o terceiro maior do mundo. Quando se tem um reconhecimento dessa magnitude, é necessário muito esforço para pensar além da máxima “em time que está ganhando não se mexe” e arriscar, criando cada vez mais atrações para o público. Em 2015, a Zupi não poupou esforços para que isso acontecesse – o que, felizmente, deu certo.
O Pixel Show 2015 foi marcado por uma sorte gigantesca de atrações que contemplaram as mais diversas áreas do mundo criativo. Não à toa, efervescência cultural foi o termo escolhido por muitas pessoas para descrever o que aconteceu durante esses dois dias de outubro quando perguntadas sobre a importância do evento para cenário atual do mercado criativo. A Zupi assumiu – e cumpriu – o compromisso de abastecer ainda mais seu público com ideias e inspiração e aumentou seu leque de atrações.
Vem com a gente saber o que rolou por lá:
O dia começou já com fila na entrada do evento. Desde bem cedinho já tinha uma galera esperando pra entrar para aproveitar o Pixel e também pra garantir seu lugar na fila de espera do Flash Day da Tattoaria, já que as tattoos seriam feitas por ordem de chegada.

O Flash Day foi, no mínimo, um sucesso. Doze tatuadores deixaram suas marcas autorais na pele do público que não parava de folhear os flashs. Esse aí da foto é o Dener Silva!

Além do Flash Day, a Tattoaria também promoveu no Pixel uma ação incrível, o Art Fusion: Tas e Caco Menegaz fizeram juntos, misturando suas técnicas, uma tattoo incrível na perna do Rodrigo da Tattoaria! O resultado ficou impressionante!

Logo no estande da frente, o pessoal da Belas Artes apresentou uma opção para os menos corajosos: tattoos temporárias, sem necessidade de agulha nem nada. Difícil ver alguém sem um pantone e afins no braço.
Também rolaram vários live paintings incríveis durante os dois dias de evento:

Trampo do Paulo Ito (dir) e Daniel Marceli (esq) em ação

Os fofos Marcella Tamayo e Diego Nuto também embelezaram nossa feira ainda mais com sua arte

Cranio / Treco / RMI: só menino bom!

Alex Solis (dir) e Lucas Lobo (esq): concentração

Pela primeira vez, organizamos uma feira de publicações independentes dentro do Pixel Show. O Espaço Zine fez parte da nossa feira de arte e criatividade e, além de atender ao público acostumado com os eventos de zines, também serviu pra apresentar esse incrível mundo para as pessoas que não o conheciam.
Pra animar toda essa festa, olha só as bandas que fizeram parte do Pixel:

Diretamente do Rio de Janeiro, o Pessoal da Nasa abriu os trabalhos no primeiro dia de evento, no auditório.

Depois foi a vez dos sergipanos da Sarina animarem o auditório depois do almoço

Fil and the Guitar Gun encantou e entreteu os transeuntes no corredor

No domingo, os meninos da Bloco do Caos abriram o auditório com sua boa mistura de estilos e sua consciência social

A última banda a se apresentar no auditório foi a carioca Sound Bullet, que animou o público com seu rock alternativo muito bem executado!

Por conta de problemas técnicos da nossa equipe de audiovisual, as apresentações no auditório tiveram atrasos. Nem isso ofuscou o brilho da dupla Paulo Muppet e Luciana Eguti, do Studio Birdo, que abriram o sábado de palestras. Com muita humildade, os responsáveis pelo estúdio de animação com trabalhos reconhecidos ao redor do mundo, sendo um deles a criação, produção e animação dos mascotes oficiais das Olímpiadas Rio 2016, os dois contaram sobre suas trajetórias e a importância de trabalhar bem em grupo.

Um gostinho do que rolaram nos workshops durante os dois dias de evento.

No auditório, as palestras seguiram-se com Rodrigo Flores, diretor de conteúdo de um dos maiores portais do Brasil, o UOL. Na palestra, ele apresentou o TAB, uma ferramenta inteligente que une design e conteúdo para otimizar e tornar a produção do portal mais apurada, refinada, sofisticada. Jornalistas e designers, uni-vos!

E por falar em jornalismo, André Maleronka e Felipe Larozza, respectivamente o editor-chefe e o editor de fotografia da Vice Brasil também estiveram no Pixel com uma Sharp Talk sobre fotojornalismo.

Quem também subiu ao palco do Pixel Show 2015 foram as meninas geniais da Gralias, marca feminina de roupas. Por lá, Julia Guglielmetti e Grazi Cavalcanti contaram sobre a exportação de suas coleções, o mercado da moda no Brasil e o funcionamento da Casa de Criadores, evento que lançou a marca no circuito brasileiro.

O ilustrador americano Alex Solis dançou break, mostrou diversas bundas, contou várias piadas, fez sorteio e deu vários conselhos para uma plateia animada, que o aplaudiu de pé. Solis também falou sobre a importância de desenvolver seus trabalhos pessoais para conseguir trabalhos comissionados.

Fechando o primeiro dia de palestras, Jouk Vuurmans, um dos sócios e o diretor criativo e executivo do MediaMonks, contou sobre a trajetória da maior agência criativa do planeta com um humor ácido e muito, mas muito talento.

Pra coroar a noite, teve a premiação do Zupi Awards. Infelizmente dois dos vencedores não estavam presentes (o espanhol Esteban Oliva, que venceu na categoria logo e o brasileiro João Victor Bolan, que venceu na categoria Fotografia). O único vencedor presente foi o da categoria ilustração, que é ninguém mais, ninguém menos do que Alex Solis! =)

No domingo, primeiro dia do horário de verão, o público começou a chegar mais tarde (ainda assim o Flash Day continuava a todo vapor). A movimentação maior começou quando, no auditório, Rafael Vallaperde e Milton Menezes subiram ao palco, tão nervosos quanto animados. Os dois são os responsáveis pela franquia brasileira do Lightfarm Studios, estúdio originalmente neozelandês de animação, 3D, fotografia e manipulação de imagens para publicidade. O trabalho, que é simplesmente muito bom, se tornou ainda melhor com os vídeos de processos criativos, tão bem feitos quanto as próprias criações do estúdio.

Chegou a vez de Renato Reno, o Renatinho, subir ao palco. Muito nervoso, teve de recomeçar a palestra uma ou duas vezes. Aos poucos, se soltou e comandou uma das palestras mais espontâneas que tivemos o prazer de ver. Junto com Douglas de Castro, que não estava presente no evento, ele forma a dupla Bicicleta Sem Freio.
Renato foi ganhando o público com sua simplicidade e sua sinceridade ao falar do trabalho da dupla que vem ganhando o mundo com suas ilustrações e sua street art. Despretensiosamente, falou sobre seu processo criativo e arrancou, inclusive, muitos sorrisos da plateia – que o seguiu até a área de meet and greet ávida por fotografias, autógrafos e conversas com o ídolo.

Enquanto isso, no corredor entre a feira e o auditório, o pessoal da 3D Starhaze e A Censura mandou muito ao promover uma batalha de MCs. Além de estarem com um estande incrível lá na nossa feira, organizaram essa ação que chamou um grande público e trouxe um pouco da cultura do rap e do hip hop pra dentro do evento.

Olha só quem estava assistindo à batalha! O Milton Menezes, do Lightfarm e o Carlos Lemos, do Marmota vs. Milky (dupla que deu um workshop maravilhoso de character design e lambe-lambe no Pixel)

O chileno Alberto Montt falou sobre quadrinhos, ilustração e o maravilhoso mundo dos cartuns em sua apresentação no segundo dia de Pixel Show. Ele é responsável pelo blog/página do Facebook Dosis Diárias de Alberto Montt, onde publica suas tirinhas com humor ácido e simples. Ao lado de personalidades como Liniers, Montt lançou seu mais novo livro de ilustrações em 2015, chamado Eso, Pescuezo. Sempre com seu sketchbook à mão (mesmo perambulando pelo Pixel Show), o Alberto fez um desenho para cada um dos muitos fãs que se alinharam para o meet & greet na feira. Um fofo, um querido.

Ela subiu ao palco um pouco tímida, assim como a maioria, e se mostrava tímida mesmo nos bastidores. No entanto, com sua palestra, revelou-se uma força da natureza – a mesma natureza que ela ama registrar. A fotógrafa israelense Ella Uzan surpreendeu a todos com uma palestra incrivelmente inspiradora. Ao falar sobre sua carreira – a fotógrafa se formou em animação e somente no fim de sua graduação descobriu sua paixão pela fotografia e decidiu arriscar-se – com graça e humildade, deixou a plateia ainda mais motivada e emocionada.

O ciclo de palestras se encerrou com Raphael Lacoste, diretor de arte da franquia Assassin’s Creed da Ubisoft, dando simplesmente uma aula de direção de arte em frente às duas mil pessoas ali presentes. Os três telões viraram apenas um para que o público pudesse ver, com a melhor qualidade possível, o resultado de muito tempo de pesquisa (até embaixo d’água) para fazer do jogo uma experiência única, como de fato foi para o nosso público.

E esse telão triplo, gente?
Muito obrigado por estarem conosco nesse final de semana. Foi bonito? Foi! Tem muito o que melhorar? Tem! Continuem com a gente em 2016. Save the date!
