Com influências do grafite e da arte de rua, João começou a transformar elementos da cidade em pequenas réplicas, recriando locais emblemáticos e cenas cotidianas de São Paulo. Suas miniaturas vão além da simples reprodução; elas capturam a essência das cidades, carregando uma carga emocional que conecta as pessoas com suas lembranças. João não apenas recria lugares, mas também representa as memórias e as histórias que esses espaços evocam para aqueles que os viveram.

Esse aspecto de seu trabalho é evidente nas miniaturas de fachadas e edifícios icônicos de São Paulo, como muros grafitados e estações de metrô. Para muitos, essas peças não são apenas representações físicas, mas uma forma de reviver momentos significativos, resgatando o valor sentimental de lugares que fazem parte de suas vidas.

A capacidade de João de transformar locais em miniatura com precisão técnica é notável, mas o que realmente se destaca é sua habilidade de evocar memórias através de suas criações. Ele já produziu miniaturas de imóveis, estações de trem e locais históricos, sempre com o cuidado de preservar os detalhes que tornam esses lugares únicos para seus clientes. Cada peça carrega consigo uma narrativa, tornando-se uma verdadeira cápsula do tempo, capaz de transportar seus observadores de volta a momentos vividos em cada esquina e edifício.

Além disso, João frequentemente trabalha com a ideia de capturar espaços que mudaram ou já não existem. Essas miniaturas se tornam uma forma de resistência à inevitável transformação urbana, eternizando em arte o que a cidade, em seu dinamismo, deixou para trás. Seus trabalhos funcionam como um registro da memória urbana, preservando não só o lugar físico, mas o sentimento que ele desperta.

A influência do grafite e da arte de rua é um elemento crucial no trabalho de João. As cores, texturas e formas da arte urbana são representadas em suas miniaturas, oferecendo uma nova perspectiva sobre esses elementos que, muitas vezes, são temporários nas ruas. Através de suas criações, ele faz com que a arte urbana – tão passageira e mutável – ganhe permanência. Suas miniaturas retratam essa cultura de maneira duradoura, mantendo vivos os traços culturais que definem a cidade de São Paulo.

João traz a arte urbana para dentro de casa, transportando o caos organizado e a beleza crua das ruas para o ambiente doméstico. Suas miniaturas não são apenas representações arquitetônicas, mas sim pequenas obras de arte que ressoam com a vivência e o ritmo das cidades. Ao recriar muros grafitados e construções urbanas, ele capta o espírito das ruas, dando nova vida à efemeridade da arte de rua.

O trabalho de João Pedro Perassoli não é apenas técnico ou estético; ele é uma resposta ao ritmo acelerado das cidades e à fragilidade da memória urbana. Suas miniaturas oferecem uma oportunidade para que pessoas mantenham vivas suas lembranças e conexões com espaços que podem desaparecer ou ser modificados pelo tempo. Através da arte em miniatura, João torna possível resgatar esses momentos e transformá-los em algo tangível.

Dessa forma, seu trabalho transcende a simples reprodução de cenários urbanos. Ele cria peças que dialogam com a memória e a nostalgia, oferecendo uma nova perspectiva sobre como as cidades, em constante transformação, podem ser preservadas por meio da arte. João, assim, torna-se um cronista visual das cidades, eternizando seus detalhes mais sutis e suas histórias mais profundas em uma escala reduzida, mas com um impacto emocional grandioso.